segunda-feira, 30 de maio de 2011

Agage tocando no Ipod, em alguma esquina.

Ela sentia-se radiante. Perguntei como tinha sido o fim de semana, há tanto esperado. Imaginei que talvez, aquele tivesse sido o fim de semana mais esperado dos últimos 123 anos, (como diria agage). Ela me disse que não poderia ter sido melhor. E mesmo que telas estáticas que cospem textos de frases curtas não transmitam impressões precisas, algo me dizia que não existia exagero algum naquilo que ela dizia. A kilometros de distancia, dessas distancias que são só passos e léguas, eu me desfazia das minhas próprias nuvens negras, pra sorrir entusiasmado pela vitória. Uma vitória mais dela que minha, mas, uma vitoria sobre o nosso imenso pessimismo.

Ela definitivamente não tinha boa pontaria, sempre olhava pro lado errado. Um imã supersônico pra gente louca. Mas agora ela sentia-se segura em seguir, e eu, orgulhoso pela eterna pregação do risco calculado, "descalculado", despreocupado e absolutamente irresponsável. Ela diz que isso é otimismo, mas eu vejo isso mais próximo do desespero. Agora, o infalível pé atrás, será só uma alavanca pra um impulso adiante. E meu otimismo desesperado, bebia dessa felicidade na taça alheia. Altruísmo o caralho. Quando você sabe tanto de uma história que, às vezes se sente parte dela, um parágrafo desses é quase orgástico.

Em algum lugar, longe daqui. Longe de lá tambem. Ainda nessas de kilometros, de curvas, serras e asfalto. Um cara escreve uns versos descompromissados, num livro que eu lhe emprestei. O papel aceita tudo, é o que dizem. Aceita misturar tinta fresca de caneta, aos símbolos tipográficos cuidadosamente impressos. Aceita até misturar diferentes exércitos. Ainda que o exercito do livro seja muito mais parecido com o meu, o exercito dele é mais bonito. Bonito por tudo que representa. Honestamente, preferia sentir mais de perto a intensidade do exercito do verso, que agora faz parte daquela exclusiva edição de "O Exercito de Um Homem Só", que no caso dele, já não é tão só.

Ela não conhece o cara do verso. Provavelmente nunca se conhecerão. Eu, não sei o quanto conheço de cada um deles. Sei que eles me conhecem, mas também não sei mensurar isso. Acho improvável quantificar essas coisas, não acredito que haja formula. A mais de uma vida em cada esquina, disse agage (denovo ele). O que ele não disse é que, há infinitas esquinas. Seja de kilometros, de curvas e asfalto. Seja de lapsos de tempo, de memória, das nossas mais particulares histórias. E quem sabe, um dia desses a gente se cruze numa delas, pra compartilhar algo alem de livros e alfajores.

Um comentário:

  1. livros fazem a gente entender melhor o que não se pode entender, alfajores são um jeito de chegar mais perto do céu. amizade, bom, isso com certeza é a forma mais bonita de qualquer interação humana. quando junto com tudo isso, vem a cerveja, daí já é sorte demais. compartilharemos uma em breve, em alguma esquina.

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