terça-feira, 30 de agosto de 2011

Topicos de Mau Humor Virtual Consciente

Paciencia tem limite e a minha nunca foi grande coisa.

* Acho um absurdo descabido e descarado, que alguem fique lendo este blog, pra falar mal de mim depois. Se não gosta, cai fora.

* Odeio quem avacalha com meu contador do blog. Não adianta vir aqui varias vezes por dia, eu só atualizo uma vez por semana. Avacalhar meu contador sõ serve pra me deixar irritado. E funciona muito bem!

* Acho um absurdo maior ainda, que alguem venha ler o que escrevo, só pra bisbilhotar minha vida privada. FODA-SE você. Ta curioso, vai ver os replays do Big Brother.

* Como já disse e repeti varias vezes, odeio hipocrisia.

* Acho uma imensa cretinice que mintam pra mim, imaginando que serei idiota ou inocente pra acreditar em qualquer bobagem que me digam. Não nasci ontem, e minha cara de bobo não diz quem eu sou.

* Gosto de comentarios, principalmente dos moderados. Eu disse, gosto dos comentarios, ficar dando indiretas no MSN não conta.

* Hipocrisia é hipocrisia e ponto final. E FEDE.! E eu sei que esse cheiro vem de VOCÊ.

* Ainda pela hipocrisia, por favor, não façam do espaço de comentarios, palanque politico pra qualquer falacia escrota.

* Mais uma vez pra esclarecer, hipocrisia é quando você prega uma coisa que não faz. OK..???? Por isso, não venha dissimular e se fazer de santo pro meu lado. Puxa saquismo me irrita mais que qualquer outra coisa.

* Juntar hipocrisia e puxa saquismo é a formula perfeita pra foder com meu melhor humor.

* Se você acha que não se enquadra em nada disso, talvez seja você o hipocrita dissimulado que fica fazendo de conta que meu blog é penico.


Entenda que... Eu sei mais do que parece...!!! Não discuto sobre leis porque não sou advogado. Não discuto sobre saude, não sou medico. Mas por favor, não duvidem das minhas capacidades "informáticas".

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Fétida Hipocrisia

Há algo que me incomoda profundamente, esse cheiro medonho de hipocrisia em todo canto...

Vejo tantas pessoas reclamando feito idiotas de coisas como a sujeira das ruas, o transito lento, a corrupção na política... Enfim, coisas do cotidiano disso que chamamos vida moderna. O fato é que na maioria dos casos, as mesmas pessoas que reclamam do lixo das ruas, não separam o lixo em casa. As mesmas pessoas que reclamam do transito, são as que não vão até a esquina se não for de carro. E as que gritam alto da corrupção nos gabinetes políticos, são as mesmas que adoram dar um jeitinho pra tudo e adoram tirar vantagem de qualquer situação. Hipocrisia medonha essa de criticar, esperando que a mudança caia do céu.

As pessoas falam de racismo, os negros não querem mais ser chamados de negros, querem ser Afro descendentes. Acreditam que a palavra, preto, negro e afro descendente muda a forma como são vistos pela sociedade. Ok... Mas ainda assim, nessa luta de igualdade, aceitam que as universidades determinem cotas para negros. Quase que cuspindo em suas caras que elas precisam de uma ajudinha extra pra entrar, porque não conseguem por conta própria. Os negros sofrem preconceito..? Sim, nas situações mais absurdas, sofrem preconceito histórico e em todas as camadas sociais. Mas estes mesmos negros, muitas vezes são homofônicos, alimentando assim o preconceito contra uma outra classe discriminada. Assim segue, com os judeus chorando eternamente o holocausto e barbarizando os palestinos, por exemplo.

Até esse momento do texto, muita gente (na esperança que muita gente leia), esta concordando com tudo sem vestir a carapuça.

Então vamos lá...

Depois de longas conversas com um casal amigo, conversas individuais e em grupo, percebi uma situação que me agradou muito. Esse jovem casal se ama muito, se respeita e busca a todo custo o crescimento. Individualmente, cada um procura se conhecer com o intuito de oferecer ao parceiro o melhor de si. Há reciprocidade nas atitudes e nas preocupações, mas principalmente, há reciprocidade nos ideais. Esse conhecimento que ambos tem sobre si, e um sobre o outro os blinda de um inimigo cruel de todo relacionamento; O ciúme...

Comento sobre esse casal justamente por ver o ciúme como o um dos pontos cruciais para a falência da tão almejada liberdade. Ser livre é desejo de todo mundo, mas ninguém é livre de verdade se compartilha a vida com alguém que o vê com olhos de posse, de propriedade. Carros tem donos, casas tem donos, celulares, e até cachorros. Pessoas não.!!!

Do meu ponto de vista, esse sentimento de posse que algumas pessoas alimentam umas com as outras, é de uma mediocridade tamanha, que coloca em xeque toda racionalidade humana. Pois como posso eu querer ser aceito como sou, com qualidades e defeitos, se não dou a liberdade de que as outras pessoas sejam o que elas quiserem...??? Como podemos então esperar em nossos relacionamentos pessoais, sermos respeitados, se não conseguimos respeitar a individualidade da pessoa que escolhemos pra conviver na nossa maior intimidade. E como a pessoa subjugada terá segurança em compartilhar de suas mais intimas idéias e sonhos se o companheiro(a) que escolheu, não tem a capacidade de respeitar o direito mais primitivo do ser humano, que é a liberdade.?

É estranho conceber isso com naturalidade, esse desejo que algumas pessoas tem de controlar, dominar e subjugar. Isso independe do caráter da relação, é algo orgânico. Normalmente as pessoas não compreendem o que quero dizer, com "todo homem nasce e morre sozinho". Isso nada tem haver com não se apegar a ninguém, ou não depender de ninguém durante algum período da vida. Nada tem haver com viver sozinho ou em grupo. Essa frase representa pra mim, a idéia que todo mundo é único, carregando por toda vida inúmeros defeitos e qualidades. Mas principalmente, carregando nas mãos as rédeas DA PROPRIA VIDA. Compartilhar é uma das coisas mais bonitas de qualquer relacionamento, mas não há reciprocidade sincera se a partilha for feita debaixo do açoite de posses, ou sob grilhões. Sejamos livres de verdade então, sem essa hipocrisia fedendo ovo podre, de gritar alto a liberdade enquanto carrega alguém pela coleira.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Hiato de Agosto...

Talvez seja mesmo preciosismo acreditar que todo mundo tenha bom senso, ou ao menos coerência nas relações falar/agir. Aceito que seja preciosismo da minha parte, o que não aceito é que me digam que meu preciosismo é burro ou inútil. Talvez seja esse adiantado estado de velhice precoce que tem me deixado cada vez mais rabugento, especialmente com as coisas fúteis. Mas que também tem me deixado cada vez mais nostálgico das coisas simples e honestas. Na verdade, o que quero dizer é que ando muito de saco cheio com as babaquices que as pessoas fazem, pelo avesso do que dizem, com a ilusão de que isso lhes engrandece.

Num outro texto falei de falsos pudores e algumas pessoas concordaram comigo. Acho bacana isso, não pelo fato de concordarem com o que eu disse, não é uma vaidade. Mas é bacana que percebam a bobagem que é, o atraso que alguns pudores nos causam. Mas algumas destas mesmas pessoas que concordaram comigo, se fecham em pudores quando o assunto chega até elas, quando é hora de agir ao invés de só balançar a cabeça pro discurso. Não quero julgar ninguém, não é minha intenção falar disso agora, de certo e errado. Mas coerência, é musica pra qualquer ouvido.

Eu acredito sinceramente que pessoas babacas, idéias idiotas e conceitos toscos sempre existiram. O lance é que a internet deixa isso tão exposto, tão explicito, que fica quase impossível não ver. Tem sempre alguém cuspindo na tua cara idéias cretinas sobre coisas sem importância e fazendo de conta que esse é o segredo do universo, tem sempre alguém subindo na mesa pra gritar uma nova verdade absoluta, mesmo que ela seja absoluta até que alguém grite mais alto outra verdade absoluta. OK! Provavelmente eu esteja nesse mesmo grupo, cuspindo aqui minhas teorias e conceitos. Mas não esperem que eu mude de idéia amanha, só porque o meu café tava mais amargo que o de ontem. Essa coisa de metamorfose ambulante é bem bonito na musica, mas um pouco de convicção é fundamental. Tomar partido sem conhecer um mínimo possível do assunto, é alem de burro, perigoso. Nos meandros da segunda guerra muita gente usava botons com uma suástica, sem fazer a menor idéia da existência dos campos de concentração. Se soubessem, agiriam de forma diferente.???

Não sou judeu, nem messias e infelizmente não transformo água em vinho, mas corro risco de ser crucificado por esperar mais coerência das pessoas. De pequenas bobagens a grandes conceitos filosóficos, a falta de coerência torna tudo pueril. Por exemplo... O que leva alguém ir no twitter pra dizer que não tem tempo nem saco pro twitter.? O que leva alguém passar o mês inteiro com um sapato furado, pra comprar um sapato novo pra uma festa.? Sapato que não vai ser usado denovo, porque repetir roupa em festa é pecado mortal no imaginário feminino. Por que beber tanto naquela festa, a ponto de no outro dia não lembrar de nada da festa.? Por que simular ódio a uma pessoa que você ama, ou amor a uma pessoa que odeia.? E essas são só bobagens, das quais também não escapo.

Há ainda coisas mais sérias, coisas que deveriam ser conceituais de todo ser pensante. A convicção para defender o que acredita ser certo, mesmo que esses ideais encontrem pedras e espinhos pelo caminho. Todo mundo tem opinião sobre tudo; Futebol, religião, política, orientação sexual... Enfim, todo mundo acredita ou não em deus, em papai Noel em E.T ou nos discursos do Obama. Estar certo ou errado é uma eterna variável. Cada um veste a camisa dos que estão certos e deixa pro outro time a camisa dos que estão errados. E pra mim pouco importa em que time vamos jogar, se certos ou errados. O importante é que haja jogo. O que importa é que seja manifestada a opinião independente qual for, contanto que essa mesma opinião venha acompanhada com as ações que ela representa.

Queria poder ter na ponta da língua as respostas pra falta de humanidade, da humanidade. Mas talvez a minha falta de esperança, seja também uma mecanização das perspectivas futuras. Assim, coerentes ou não, criteriosos ou não, categóricos ou não. Sentamos todos em nossas confortáveis poltronas a espera que algo aconteça, mesmo sabendo que a confortável poltrona vai por água abaixo, levada pela maré.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Monologo Obscuro de Um Dia de Sol

Talvez só eu tenha visto este filme repetidas vezes, talvez só eu tenha percebido que em tudo que disse, não houve um momento sequer que não tenha sido sincero. E ainda assim, sei que os únicos que dissimularam toda essa história, continuam carregando uma infinita e gloriosa coroa. Sei que nunca faltei com respeito, ainda que respeito seja moeda de troca. Perpétua via de mão dupla. Se hoje pago é por me permitir viver o que há pra viver. Sem limite de velocidade, sem calcular a altura do vôo ou o tamanho da queda.

Apesar da insistência no lance de autoconhecimento. Na busca da própria essência do bem comum. Preciso dizer, Foda-se se eu to errado, se confundo as coisas e misturo tudo. Eu me permito sentir, me permito exagerar e por tudo isso me permito errar também. Digo coisas de modo impulsivo, tentando explicar o que quase nunca tem explicação. Do mundo todo, mundo de idéias e inquietudes, por vezes sinto-me um conquistador, uma espécie de Vicente Pinzon adentrando o rio amazonas com sua intrépida caravela. Ainda que a expressão "conquistador" tenha sido desvirtuada também, para soar algo negativo. Mas eu sei, não sou nada disso. De canalha, tenho uma camiseta apenas. Mas também não tenho intenções heróicas que me garantam um busto em praça publica. Não dei nome aos bois num momento em que seria o mais fácil. Mas seria inocente da minha parte, já que tudo dito até então soava uma grande mentira. E nesse caso, tudo seria um prolongamento ardil, da mentira. Ainda que ela fosse, minha maior verdade.

Não escolhi o caminho mais curto, nem o mais fácil. Não me castiguei com o caminho mais longo e difícil também. Deve ser isso que os budistas chamam de essência do caminho do meio. Não tive tempo de dizer nada disso, não me dariam ouvidos. Ainda que eu ouça tudo que dizem estes santos que nunca cometem erros. Ouvir calado é um exercício de paciência, digno de quem tem controle sobre a própria vida, essencial para quem anseia inutilmente, controlar o tempo. E em outros tempos tudo isso, toda essa situação, esse xeque sobre meu caráter. Me faria explodir em raiva e violência, contra as pessoas ao meu redor e sobretudo contra mim mesmo. Mas este não sou eu, não mais.

Apesar de tudo, destas viagens agradeço por tudo que senti. Um dia quem sabe, mais alguém entenda.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

De Quebra!

Quebra cabeça
cabeças vão rolar
quebra vento
soprado lento
feito assovio de criança

quebra da bolsa
de valores
sem valores
quebra quebra
Em Londres
e na geral

Quebra do sigilo
telefonico
ou bancario
bancar o otario
e quebrar a cara

quebra nozes
pra lá e pra cá
quebra de pagina
e a vida segue no proximo capitulo
ou até a banca quebrar

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Nem Tudo É o Que Parece

Numa dessas madrugadas de insônia, tava sentado na sacada bebendo uma cerveja, tranqüila madrugada eu diria. Do lado de fora um frio de rachar, do lado de dentro o aquecedor garantia algum conforto. O vidro embaçado fazia a cidade parecer uma infinita fornalha. A luz laranja dos postes somada à distorção do vapor no vidro criava esse efeito de "cidade em Chamas". Aos meus ébrios olhos, naquele instante a cidade ardia. Aos meus olhos, somente. Mas nem tudo é o que parece, a vida é cheia dessas miragens e pode ser perigoso acreditar em tudo logo na primeira olhada, às vezes é preciso dar uma segunda olhada, uma terceira e até uma quarta. Os olhos enganam nossa expectativa, e essa armadilha pode ser perigosa.

Meu calcanhar de Aquiles talvez seja essa miopia na hora de olhar as pessoas. Pra mim, na primeira olhada todo mundo tem um potencial incrível. E por isso muitas vezes me engano, muitas vezes mesmo. Mas há algo de emocionante em correr esse risco. Saltar de para quedas ou se aventurar em novos relacionamentos pode ser arriscado, pode ser fatal até. Mas fora isso, há sempre o risco de sobreviver e gozar de tudo que há de positivo. A vida é uma arvore alta e cheia de espinhos, mas tem muitos frutos, tem muito a oferecer. E são justamente nas pessoas que estão os melhores frutos. E acho que todo mundo sabe o quão saborosa é uma amizade.

O lado negativo disso tudo, é a falta de clareza com que as pessoas vêem este tipo de atitude. Talvez pelo velho e maldito pudor, de acreditar que todo mundo se aproxima com algum interesse. Como as gurias que pensam que todo cara se aproxima com algum interesse sexual. Limitando as relações entre homem e mulher, a uma figura tosca de carne crua e fera faminta. Assim como aqueles caras que tem muita grana e entram numa paranóia de que todos se mantem a sua volta, por algum interesse financeiro. Na realidade tudo isso só materializa esse muro imaginário, que criamos desde a infância, com a finalidade de nos proteger do mundo. Fato é que, do lado de dentro do muro a diversão é limitada. E do lado de fora, o mundo não para um milésimo de segundo sequer, nem pra gente recuperar o fôlego. Saber encontrar o ponto de equilíbrio, parece ser o verdadeiro segredo do universo. A tênue linha que separa o Yin do Yang.

Essa ânsia por conhecer mais pessoas, e de querer conhecer cada vez mais das pessoas que já conheço, leva a algumas conclusões interessantes. Infelizmente algumas vezes um pouco decepcionantes. Como por exemplo a intenção que algumas pessoas têm em parecer o que de fato não são. Alguns chamam isso de falsidade, não acredito que seja exatamente isso em todos os casos. Algumas pessoas são assim porque precisam ser aceitas, porque não tem auto estima ou confiança suficiente para levar adiante o caráter, ou a personalidade que realmente lhes cabe. Assim como as luzes laranjadas, que através do vidro embaçado da janela criam essa ilusão de que a cidade queima numa grande fogueira. Algumas pessoas precisam parecer fogueira, pela dificuldade que tem de aceitar que são na verdade, icebergs. O dínamo dessas questões todas, são as expectativas que criamos. E é inevitável criar expectativas, apesar de ser um pouco infantil acreditar cegamente nelas.

Em uma outra madrugada, pela mesma janela da mesma sacada, via-se uma imensa nuvem de neblina que cobria tudo que ia alem de alguns metros dos olhos. Não era possível ver absolutamente nada alem daquela imensa massa de algodão cinzento. Colando a testa no vidro, a impressão que eu tinha era que o prédio todo estava envolto naquela massa disforme. Era um pouco assustador imaginar que nada poderia escapar dali, ao mesmo tempo em que era tentador imaginar a queda livre. E na confiança da peça que os olhos pregavam, a queda seria calmamente amparada pelo universo macio que o nevoeiro oferecia. Esse é um eterno risco a correr, saber quando a cidade realmente queima, ou quando o nevoeiro é solido suficiente pra amparar qualquer queda. Saber quando as pessoas são luzes laranjadas imitando fogo ardente, ou quando são nevoeiro, enganando nossos olhos. Talvez o único jeito seja arriscar, ou não...???

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Free As a Bird

Há coisas na vida que não são justificáveis. Que fogem do racional poder de escolha. Sentimentos como medo, afeto, simpatia ou desejo. Não há como designar se alguém vai preferir o azul ou o verde. Preferir cães ou gatos. Todo homem carrega o carma de ser irremediavelmente instintivo. Mas há coisas que devem ser levadas em conta: Mesmo que o instinto grite forte que devemos fazer algo, é preciso fazer valer toda racionalidade humana antes de explodir a fera que a genética animal nos deu. Talvez por isso, tantas vezes me esforço pra entender o mundo, procurando motivos factuais e relevantes pra que as coisas aconteçam. As engrenagens por traz de cada movimento, cada pensamento coletivo. A essência pura e simples de cada decisão.

Sou bom observador e isso pode ser um defeito grave pra quem se perde facilmente em devaneios. E desses tantos devaneios, ultimamente tenho percebido como as pessoas solidificam os relacionamentos, seja familiar, de amizades ou amorosos. E me assusta um pouco perceber que a base de tudo, parece ser reflexo dos extremos do egoísmo e da possesividade. Não quero parecer pessimista ou simplista com as minhas conclusões e teorias. Mas a impressão que tenho é de que as pessoas esperam cada vez mais retribuição pelas coisas que fazem. Doação virou negocio, serviço prestado a certo preço a ser cobrado posteriormente, de forma indefinida e quase sempre desmedida e injusta.

Não quero que isso soe como uma indireta, pois não sou disso. O que direi é só uma maneira de usar exemplos práticos pra justificar minha teoria. Todos temos defeitos e qualidades e isso forma nosso caráter. Feito um lego, montado peça a peça. O que aos olhos de uns parece grande virtude, pode expressar indiferença pra outros, e até mesmo um grande defeito. Tudo é questão de ponto de vista e de como se dão as trocas de cada relacionamento. Tenho amigos que só me procuram quando precisam de alguma coisa, sabem disso e continuam nesse estranho habito de acreditar que eu não percebo o claro interesse que rege essa amizade. Em alguns casos obviamente me afasto, não acredito que relacionamentos baseados em interesses unilaterais sejam saudáveis. Mas em alguns casos eu tolero, pois numa balança imaginaria, os bons momentos passados juntos acabam compensando.

Amizades são relacionamentos complexos onde reciprocidade nem sempre é fundamental. Falo de reciprocidade do ponto de vista de que um carinho, um gesto de afeto não deve ser medido ou comparado com um gesto de igual importância. Indiferença e descaso não combinam com amizade. Por isso usei o exemplo dos amigos que só me procuram quando precisam de alguma coisa. Alguns fazem isso por inocência, ou justamente por saber que podem contar comigo nos momentos de necessidade. Outros fazem isso porque nos outros momentos é indiferente o contato. Chamo todos de amigos e de certo cometo uma injustiça com isso, já que não seria prudente colocar no mesmo coração cansado, os bons e os maus amigos. Mas a vida me ensinou coisas importantes, entre elas a não guardar magoas. Quanto menos magoas guardar comigo mais amigos posso carregar pela vida.

Tenho um certo orgulho em falar dos meus amigos. Orgulho também em dizer que muitas das minhas amizades ultrapassam a barreira de décadas. E por mais que isso pareça pouco, uma década é tempo suficiente pra que muita coisa aconteça. Mas amizades são relacionamentos que exigem menor "manutenção" do que um namoro por exemplo. É possível passar meses sem trocar uma idéia com aquele amigo da faculdade. E quando ocorre o encontro geralmente a alegria transforma qualquer tempo em areia. Mas isso não é possível com um relacionamento amoroso, um namoro. E analisando isso, lembro inevitavelmente daquela minha amiga que sempre me chama no MSN quando precisa de uma consultoria de informática. Mas que nunca lembra de me perguntar como esta a vida. Será que ela usa os mesmos critérios, a mesma dedicação egoísta com seus relacionamentos amorosos? Se a resposta for sim, que lastima.

Já disse isso em algum texto passado, ou em algum outro lugar. Os seres humanos nascem sozinhos e morrem sozinhos. Mas vivem muito melhor em bando, em sociedade. Cada ser humano é único, cheio de detalhes que lhe colocam nessa condição. Todo ser humano é livre, ou ao menos deveria ser. Ninguém tem dono, seja amigo, família ou amante. Ninguém pode ser subjugado ou subjugar seus desejos e vontades, pela ditadura imposta por outro ser humano. Principalmente se isso for feito erroneamente em nome do amor. Amor não é isso, amor é outra coisa.