quinta-feira, 12 de maio de 2011

Não sou escritor, sou um "escrevedor".

Num pensamento relâmpago, desses que vem com um sopro de vento daqui, e logo se vai com outro sopro de vento de lá. Gostaria de sentir menos urgência nessa coisa de contar histórias. Dizem que o melhor contador de histórias é o músico, porque consegue fazer isso em 3 minutos - Ou 10 em alguns casos -.

Não sou músico de verdade - ás vezes faço de conta que sim. Por isso pra mim, escrever sobre música é um caminho perigoso. Ter crescido em meio a tantos sons diferentes na loja de discos da minha mãe, talvez me credencie de alguma forma. Ao falar das minhas vivencias com a música, sei que corro risco de ser crucificado por ter algumas opiniões bastante distintas sobre isso, por exemplo, achar Led Zeppelin um saco. Ou pensar que o Nirvana foi só uma grande farsa da indústria fonográfica. Ter Engenheiros do Hawaii como a minha banda predileta só decreta a minha falência de critério. A pá de cal.? Ok, tudo bem, eu disse que era um caminho perigoso.

Por não ser músico, não tenho habilidade para escrever canções. Apesar desse flerte constante com os versos, nenhum poema tem de fato o impacto sonoro que pede uma canção. Não sei escrever refrões. Não sei que nota fica bem ali no meio daquela frase, ou que nota poderia fechar aquela outra. Pra mim, tempos são divididos por vírgulas e por pontos. Por isso digo, com certeza não sou músico, e mesmo que me esforce pra isso, não serei nunca de fato, músico. Mas ao mesmo tempo também não me sinto escritor. Imaginar um livro, com todas as paginas amarradas em uma mesma história, soa uma missão quase impossível pra mim. Escrever é fácil, difícil é sintetizar esse turbilhão de idéia e costurá-lo feito colcha de retalhos, sem deixar buracos, sem sobrar arestas.

Entre tantas manias, tantos vícios que levo comigo. Escrever, é um triangulo amoroso entre o vicio, a mania e a necessidade de pensar em voz alta. - Eu poderia confundir, ou resumir tudo dizendo que a necessidade de pensar em voz alta é o real vicio/mania. Enfim, do meu exercito solitário, sou general e recruta. General prolixo de discursos eufóricos, e recruta regrado, atento a tudo, mas sem nenhuma fé na hierarquia.

Um comentário:

  1. é difícil viver sem saber quem a gente é e até onde a gente pode ir. buracos, coisas que faltam, arestas, coisas que sobram. e a vida se desenha entre essas coisas...
    é o melhor que posso dizer agora.

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