sexta-feira, 29 de abril de 2011

História Inédita Empoeirada.

É só um pensamento desses que nascem durante o banho, sem começo nem fim.


Encontrar alguém, que não se vê há muito tempo é certamente um exercício de "desempoeirar" velhas histórias. Não é incomum a memória falhar ao armazenar informações nesse imenso banco de dados orgânico. E esse processo de tirar do fundo da gaveta algumas memórias, pode ser um prato quente e saboroso numa noite de inverno, ou pode ser um uma dolorosa visita ao dentista de mãos tremulas.

O que às vezes me surpreende, nessa dinâmica aventura, é como algumas coisas que visivelmente eram tão solidas, mudam abruptamente. Como se a erosão do vento fosse acelerada à velocidade da luz, e moldasse a firme rocha em poucas horas. Isso me faz duvidar um pouco de tudo que leva o adjetivo de eterno. Eterno ou efêmero, é apenas uma questão de ponto de vista.

Heráclito foi um filósofo grego. Segundo ele, "Um homem não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio”. Fato, já que hora o rio não será o mesmo, e o homem terá mudado. Essa teoria serve pra explicar o que a gente ta cansado de saber, mas às vezes esquece. O tempo é imutável. O passado é a Monalisa na parede do Louvre. Você pode ver de longe, mas não pode fazer mais do que isso.

Desse devaneio, não chego a lugar algum. Talvez uma faísca de certeza, que as pessoas vivem em constante transformação. Sem julgamentos, apenas transformações, sem melhor ou pior. O ambiente muda também, mas isso é reflexo das mudanças individuais. Ainda devaneando, o tempo metaforicamente visto como individuo. O passado é imutável, e o futuro não existe. É só uma expectativa. E o presente, um lapso de tempo entre o passado e o futuro, tão ínfimo que nem deve ser levado em consideração.

Heráclito estava certo, eu já não sou o mesmo de quando comecei a escrever esse texto. Nem sei se concordo com tudo que escrevi. Enfim, devaneio sem pé nem cabeça.

sábado, 23 de abril de 2011

Resumo de quase férias - Beer Trip

ATENÇÃO: O Ministério da Saúde Adverte, este texto é desaconselhavel para menores de 18 Anos.



Férias de verdade eu não lembro como é. Mas nessas de feriado prolongado, acho que da pra sentir o clima. E sem nenhuma putaria, sem preconceito. Sem nenhum pudor ou babaquice de politicamente correto. Nesse feriado sai de casa rumo ao interior de Santa Catarina com um único objetivo. Beber.

Pomerode foi o primeiro destino. Cidade de colonização alemã - pra variar - E o intuito era visitar a Cervejaria Schornstein. Chegamos às 3 da tarde, e pra minha decepção estava fechado. Que fazer então? Procurar outra cervejaria. Procuramos outras e todas as opções estavam fechadas. Puta que pariu, ninguém bebe num feriado de Tiradentes.??? Sim, bebe, mas só depois das 6. Então, esperamos a cervejaria abrir e ancoramos numa mesa, a tensão da espera só aumentou a sede. A cerveja não é grande coisa, na verdade, é bem meia boca. Eles oferecem seis estilos de cerveja. Pilsen Natural, Pilsen Cristal, Pale Ale, Weiss, Bock e Stout. Bebi todas pelo menos duas vezes, pra ter uma impressão fiel. E não achei NADA de especial em nenhuma delas. A menos ruim é a Bock. Pra compensar a cozinha era fantástica.
Alias, pra matar o tempo antes da cervejaria abrir, fui dar uma olhada na festa de pascoa que estava rolando por lá, e me entupi de bolacha de pascoa. Muito boa. Recomendo.

Seguimos para Blumenau, com um roteiro que tinha, Eisenbahn e BierLand. Começamos pela Eisenbah, que já me surpreendeu logo de cara, por ser nada mais que um botequinho com cara de fuleiro. Bem do jeito que eu gosto. Os chops servidos eram, Pilsen, Weiss, Pale Ale e Dunkel. Mas toda linha de cervejas engarrafadas estava disponível, geladinhas e implorando pra serem consumidas. Mais uma vez, 2 chops de cada pra degustar. E mais umas cervejas de garrafas. Era pouco, vamos visitar a fabrica, coisa rápida pra não perder o precioso tempo de beber. Terminada a visita relâmpago a fabrica, voltei ao que faço de melhor: Beber cerveja.

A Eisenbahn é uma cervejaria que orgulha qualquer apreciador, pela variedade e pela qualidade. Se eu morasse lá perto, provavelmente deixaria todo meu dinheiro no caixa deles. Sai de lá carregando varias caixas e com um sorriso de satisfação que há tempos não se via. O próximo destino era então, a BierLand.

Os deuses sabem o que fazem com o destino dos bêbados. BierLand estava fechada. Sendo assim, nada melhor que voltar ao hotel, tirar uma soneca pra cair na noite blumenauense novo em folha. E quando a duvida pairava, eis que se fez um folder de um lugar chamado The Basemant Inglish Pub. Perfeito. Prometia boa comida e boa cerveja, e melhor, era do ladinho do hotel. Dava pra voltar engatinhando pro hotel em menos de 3 minutos. A propaganda não mentia, boa cerveja e uma musica que deixava o ambiente ainda mais agradável. Certamente, o preço fazia jus a todas essas qualidades e, morri com uma grana alta por lá. Sem problemas, valeu a pena.

Férias de verdade, dessas de viajar pelo mundo. De tirar um milhão duzentos e 13 fotografias, e ficar contando pro resto da vida, acho que nunca tirei. Eu nem sei se curto isso, essa coisa de ficar olhando em mapas e falando gringo com as pessoas, não é comigo. Mas nessa coisa de beber cerveja, definitivamente eu sou bom.

terça-feira, 19 de abril de 2011

"No meu tempo, não era assim"

Ta certo, eu posso nem ser tão velho assim. Mas há algumas coisas que mudaram muito de uns tempos pra cá. E me invisto do direito absoluto de abusar do clichê. "No meu tempo, não era assim".

No meu tempo, cabelo moicano era coisa de índio, ou de punk. Hoje em dia, virou coisa de pagodeiro e jogador de futebol. (que é quase a mesma coisa).
No meu tempo, já tinha muito viado no rock n roll, mas pelo menos eles usavam umas roupas pretas e faziam cara de mal. Hoje em dia o arco-íris tomou conta de tudo. Mas o grande diferencial é que os viados de antigamente, tinham muito talento.
No meu tempo, tatuagem era um símbolo transgressor. Vindo ainda com aquele estigma de ser coisa de presidiário, motoqueiro ou marinheiro. Era definitivo, era o peso da contra cultura. Hoje em dia, é mais do mesmo em qualquer lugar, é uma luz de neon gritando o narcisismo das pessoas.

Mas acho que, o que mais mudou, não foram as formas com as quais as pessoas encaram hoje, as coisas de antes. O que mudou definitivamente foram os padrões de desejo. [Que diria Lacan sobre isso?] Talvez seja a globalização, que nos coloque tão perto de tudo, tão conectado mundialmente, a ponto de esquecer a célula. A gente consegue ver o futuro, sentir o futuro e isso é tão comum e tão banal, que planejar o próximo passo é uma bobagem, algo absolutamente mecânico.
Só de pensar em dizer que isso é culpa do capitalismo, já vejo meia dúzia de dedos apontados me dizendo, que o comunismo também mudou. Sim, eu sei, o comunismo é só um velho moribundo usando fraldas geriátricas. Mas, eu ainda não tenho respostas melhores pra tudo isso.

Ta certo, eu nem sou tão velho assim, mas francamente, já não tenho idade pra acreditar em assombração e mal agouro. Muito menos em politica e religião. Meu medo é que to chegando numa idade, de já não acreditar que as pessoas possam mudar pra melhor. Porque pra pior todo santo ajuda.

Hoy empezamos, mas una revolucion

Dia desses, enquanto esperava a xícara de café com leite esquentar no micro ondas, divaguei sobre o quanto ainda é possível ser revolucionário. Não cheguei a lugar algum com essa idéia, que foi embora quando o aparelho começou a bipar dizendo que o café já tava quente.
Voltar às origens, de revolucionário, de cronista, um pouco cara de pau até, pra explicar com palavras o que raramente tem explicação. É uma tarefa que me desafia.
Então que seja assim, vamos iniciar (do inicio) uma nova revolução de palavras, sem versos por aqui, sem muros ou censura.

Hay que probar, de todas, todas...