quinta-feira, 26 de maio de 2011

Livros, Gaitas de Boca e Super Heróis.

Sempre quis uma camiseta do Punisher. Quando eu encontrei pra vender num site da net, foi uma alegria. Agora, toda vez que uma das minhas camisetas do Punisher fica tão no bagaço que não de mais pra usar, eu compro outra. Acho que tenho umas 4 ou 5, numa ordem crescente de decadência. Não sei explicar o motivo de gostar tanto da camiseta do Punisher, eu nem gostava tanto do super herói. Sempre preferi o Wolverine e o Lobo. O Asterix também, mas acho que esse não conta. Fato é que, me vejo usando uma camiseta dessas daqui a 2 anos, 5 anos, 7 anos.

Triste realidade pra um jovem (não tão jovem) comunista, mas sou apegado a coisas materiais. Em minha defesa, garanto que não há nenhuma extravagância, são coisas simples. Com exceção talvez a uma cerveja belga ou outra inglesa, me garanto numa vida simples. As cervejas eu mesmo faço, pra bem ou mal, gosto das cervejas que faço. Mas me rendo ao consumismo quando o assunto é instrumento musical. Se pudesse teria todos em casa, mas como espaço e $$$$$ não são abundantes por aqui, fico vendido toda vez que vejo uma gaita de boca. Tenho varias, de tantas notas, marcas e modelos. Se eu tocasse tudo que penso que toco, seria um musico invejável. Mas como disse outro dia, não sou músico.

Meu outro ponto fraco são os livros. E assim como na musica, não sou eclético. Não me convenço ouvindo Nirvana, não me contento lendo Jorge Amado. Já disse isso algumas vezes, pois acho de fato que a Bahia de Jorge Amado me é tão estranha e distante quanto à Colômbia de Garcia Marquez. A minha identificação fica então a margem dos lugares inexistentes, ou não definidos. Saramago faz essa mágica, quando conta histórias de um lugar nenhum. Que sempre pode ser o lugar que o leitor achar conveniente.

Nos livros satisfaço um prazer bastante pessoal. Sempre que termino minha leitura, compartilho o livro com alguém. Logicamente já perdi a conta de quantos livros tenho espalhados por ai, e honestamente, não me sinto dono deles. Me alegra imensamente saber que a história, ou os vários pensamentos que nascem entre as paginas, são passados adiante. Pode até ser um devaneio comunista/romântico, de que podemos compartilhar mais que pão e cerveja. Podemos compartilhar algo que transcende a nossa existência. Nós nascemos, crescemos e morremos, é um ciclo inevitável. Mas o pensamento, as histórias e idéias perpetuam.

Hoje estou usando uma camiseta do Punisher, uma das primeiras que comprei. Noite passada limpei uma a uma as gaitas de boca. Ensaiei um quase blues, que saiu muito agradável aos ouvidos deste quase músico. Separei os livros novos, pra ler nos próximos dias. E os livros antigos, pra emprestar pra algum sujeito esquisito, assim como eu, que queira compartilhar dessas quase revolucionarias idéias e histórias.

2 comentários:

  1. gostei do texto. o lance da camiseta tem uma metafora bem interessante que nao sei se foi de proposito ou sem querer. mas esta é uma ideia que eu bm compartilho, me vejo daki a 10 anos ainda usando minha camiseta do renato russo e meu all star preto. acredito que hje eu estou me sentindo muito bem com este blog tbm ;D grande abraço.

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  2. A camiseta pra mim simboliza os objetivos, que, pequenos ou grandes nos trazem satisfação, e sobre se apegar a bens materiais, duvido que sejam pela matéria, mas pelo que ela significa pra cada um de nós... Nossos pontos fracos, sentimentos, objetivos, idéias, e se perder nisso talvez não seja de todo o mal... òtimo texto!

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