Na maioria das vezes, antes de dormir, eu fico pensando nas coisas que preciso fazer. Fico pensando naquilo que eu disse em uma determinada conversa, recriando as falas, inventando diálogos e situações. Sabotador, fico me colocando em xeque pra saber como seria. Às vezes, antes de dormir, eu fico calculando o tempo, mensurando distâncias e testando o limite de tudo que parece ilimitado.
Mas não, dessa vez não pensei em nada disso...
Dessa vez, lembrei-me da primeira vez que te vi, no meio de tantos rostos tão estranhos. E de como fui insolente te pedindo pra ficar.
Algumas vezes antes de dormir, fico pensando nessas teorias de que durante o sono tua 'alma' (ou seja lá o que for) pode sair do corpo, e em universos paralelos, viajar no tempo e espaço, enfim, ir pra qualquer lugar. Eu já me esforcei tanto pra estar em tantos lugares e por tantos motivos.
Mas dessa vez, como ontem e anteontem, eu só queria estar em um lugar, por um único motivo...
Sempre imaginei os sonhos como uma grande colcha de retalhos, que por algum motivo mistura as mais diversas lembranças, desejos e medos. Formando assim uma "pseudo realidade" uniforme e absolutamente confusa. Dia desses sonhei contigo, e me dei conta que tenho ótimas lembranças...
Às vezes exagero... Em quase tudo.! Até sendo mais palhaço que de costume, porque me encanta te ver rir até quase perder o ar. E quase sempre exagero nas lembranças também. Mas realmente me encanta quando o sono começa a apertar, e tua voz vai ficando rouca até mudar de tom no fim das frases.
Pessimista, já me perguntei quanto disso tudo existe realmente e quanto inventei. Como em um quebra-cabeças onde as lacunas são preenchidas com tudo aquilo que parece melhor. Ou como um quadro pintado pela metade, onde as cores podem ou não se completar e dar uma forma consistente. Eu não enxergo muito bem, e ás vezes tudo que é nítido perde o foco. Mas nessas horas lembro do reflexo da luz nos teus óculos e do jeito franzido da tua testa quando sem querer, pisam nos teus calos.
Sabe, eu nem gosto tanto assim rock progressivo. Mas eu gosto de como tu consegue ser o que quer ser, sem se preocupar com os rótulos e os estereótipos. A forma como tu quer abraçar o mundo, sem nunca abrir mão do teu intransponível muro. E é curioso como tu consegue convencer o mundo de que atrás desse muro não existe nada de valor, assim, ninguém se esforça a entrar por simples curiosidade. E por ser quem tu quer ser, acaba em tantos sons, em tantas frequências, que até me encanta o rock progressivo que tu faz.
Acho que no fundo, me encanta também a forma como tu te protege de tudo. Acho que assim um dia eu vou entender se, insolente ou não, eu mereço ficar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário