segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A Novidade de Ontem, É o Antiquado de Amanha.

Eu não ia postar nada essa semana, porque todos os textos e rascunhos que havia escrito se perderam quando o meu pendrive resolveu parar. Morte do pendrive consumada, ele leva para o tumulo vários dos textos e poemas que eu armazenava ali.

Sem entrar no mérito do backup então...

Comecei a pensar no quanto somos dependentes químicos da tecnologia que nos cerca. Somos viciados (cada um a sua preferência) não só em álcool, cafeína, nicotina, cocaína ou crack. Somos viciados em silício, e tudo que envolve ele com micro circuitos integrados. Somos viciados em megabytes e gigabytes, alguns já nem se contentam com isso, precisam de terabytes, todos eles, a todo o momento. A imagem mais detalhada, os sons mais perfeitos e a conexão mais veloz. Toda informação do mundo na palma da mão, no bolso, no relógio, em 3D, em tempo real. Apressados, cada vez mais urgentes não nos contentamos com fast food, queremos fast information, fast Entertainment, fast peace and love. E queremos sempre mais. A novidade de ontem é o antiquado de amanha.

O que diria Cristovão Colombo disso tudo, navegando em rústicas caravelas, guiado por imprecisos mapas náuticos e usando apenas as estrelas como referencia. Enquanto nós, que nem ao certo sabemos pra onde ir e se realmente queremos ir, temos toda tecnologia a nosso dispor. Somos guiados por satélites, rastreados e vigiados, por nós mesmos e com muito prazer. Redes sociais são nossos portfólios pessoais, e "com a coragem que a distancia dá" criamos nossos personagens pra viver na atmosfera virtual, pra que nossas memórias, nossos dados sobrevivam alem do metal frio dos discos rígidos, e se o céu é o limite, agora, somos todos nuvem.

Seria esta talvez a vitoria do homem, sobre a invenção de deus.??? Aquilo que ele fez com células nós reconstruímos com pixels e algoritmos..? A onipresença divina, compensada pelo homem, que agora também pode estar tecnologicamente em qualquer lugar, há qualquer momento??? E via satélite, somos oniscientes, sabendo em real time tudo que acontece em qualquer parte do mundo.? E no mundo que criamos, dos personagens que criamos no universo virtual, somos onipotentes. Por fim, atingimos a imortalidade, com a certeza de que deixaremos nossos dados armazenados em algum disco rígido, por toda a eternidade.

Ou, até que o disco rígido ou o pen drive, decidam parar de funcionar. Ai, não há deus que recupere o teu DNA virtual.

Um comentário:

  1. esse texto me lembrou 'Os Famosos e os Duendes da Morte'. Só não me peça pra explicar pela internet porque se tornaria uma ambiguidade. Belo texto meu caro -> pleonasmo.

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