segunda-feira, 26 de maio de 2014

À Deriva

Do que são feitos os sonhos.?
Este qual não se precisa dormir. De alguma sutil matéria, invisível; Intocável. Misteriosa matéria, surgindo sempre que o desejo encontra abrigo em algum sorriso, nem sempre tão sincero quanto se espera.

No fundo somos todos iguais. Caravelas em mar aberto, sopradas puramente pelo desejo. E não há mentiras ou verdades; Vaidades ou culpas, capazes de ancorar esta nau.

Do que são feitos os medos então.?
Estes que nos tiram o sono, a paz e a razão. Essa anti matéria capaz de aniquilar qualquer luz, qualquer energia. Fossilizando a antes infalível capacidade de sonhar alem dos muros.

Que bizarras criaturas somos nós. Essa desmedida mistura de desejos e medos; Ancora e vela.

O desejo inventa a miragem, daquele que perdido no deserto busca a própria vida. Assim como a saudade inventa sorrisos. Mas não há virtude ou demérito em deixar-se levar pelas miragens.

Talvez haja alguma virtude no equilíbrio, o caminho do meio, como prega o budismo. Essa habilidade de equilibrar-se entre o desejo e o medo sem perder o foco, sem evitar os próximos passos.

Talvez os sonhos sejam o elo entre aquilo que o medo afronta, atando ao que o desejo idealiza. E a freqüência desse sinal se propaga de forma uniforme, é impossível evitá-la.

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