terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Crônica Anunciada: Muito Alem do Genero...

Para os que preferem a ciência, escreverei sobre o gênero feminino da espécie dos Homo sapiens. Biologicamente cromossomos XX. Assim como as demais criaturas sexuadas, Fêmea; Responsável por produzir gametas femininos e ser o "receptáculo" para a gestação dos filhotes da espécie. Antropologicamente, responsável pela coleta de alimento, pela criação e alimentação da prole. E pelo constante (incessante) enlouquecimento dos machos da espécie.

Mas há quem prefira outra abordagem. Então biblicamente ...

Concebida da costela de um certo boneco de barro chamado Adão. Responsável pela decadência desse mesmo homem, levando com suas voluptuosas formas que Adão caísse na tentação da libertinagem. Infantilmente metaforizada por uma serpente malvada e por uma suculenta maça. Talvez por essa culpa capital, fruto de uma lenga lenga sem fim chamada religião, seja historicamente subjugada como criatura inferior, e até mesmo com capacidade intelectual duvidosa. Já que do ponto de vista religioso, sempre teve um papel secundário ou até mesmo conflituoso.

Historicamente subjugada sem o menor constrangimento. Seja como moeda de troca entre beduínos nômades ou nobres ingleses. Queimada em fogueiras pela inquisição de uma igreja machista e sexista. Impura pela genética de um ciclo menstrual, pecadora por elevar a libido dos homens, e assim, levá-los a cometer loucuras "não inerentes" ao seu caráter.

Em uma crônica, na maioria das vezes, não consigo separar o que é didático do que é lúdico. Mesmo que o tema tenha mais peso pra um ou outro lado na gangorra. Sempre acabo misturando tudo, ironizando o que é didático e exagerando o que é lúdico. Quando aceitei a doce sugestão de escrever sobre um tema tão amplo, tentei imaginar como seria começar a trama dessa conversa. E havia uma idéia que ficava sempre muito clara. "Mulher é algo que vai muito alem do gênero". Ciência e religião são pragmáticos em suas abordagens, e isso deixa toda definição muito extrema. E todo extremismo é patético.

Talvez o melhor seja uma mistura romantizada de tudo que ciência e religião nos impõe. A genética progenitora, protetora ainda que frágil. Essa capacidade de ser mãe, de uma força transbordante, e ser filha, de ternura e graça. A capacidade enlouquecedora de ser a tempestade e ao mesmo tempo ser o melhor abrigo. Ao caralho então, ciência e religião com suas prolixas verdades absolutas. Pois verdadeiramente o único que consegue definir a mulher, é o poeta.

2 comentários:

  1. Mulher, cromossomo XX. Tu sabias q todos somos cromossomo xx qnd do inicio de nossa existência? O cromossomo Y eh acrescentando em alguma parte da processo celular fetal. Mas depois, só depois de ter passado por um curto período sendo XX. Ser "mulher" eh inerente a todos nos. A forca, a determinação, a paixão, a sensibilidade. Tem quem esqueça seu passado obscuro, tem quem ainda lembre, mesmo q inconscientemente. Esses são os poetas.

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  2. È o que eu li de melhor hoje!Adriana13

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