segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

De Volta ao Casulo...

Quem tem verdadeiramente consciência/capacidade de admitir os próprios erros..??? Quem entre nós; Eu, você e aqueles ali do outro lado da rua. Quem verdadeiramente consegue aceitar que é frágil e ingênuo diante dos próprios defeitos.???

Eu queria muito ser assim.

Tenho poucos vícios, assim como tenho poucos amigos. A intensidade sempre foi mais importante que qualquer outra coisa. Por isso afirmo que tenho os melhores amigos e tenho também os mais destrutivos vícios. Meus amigos também têm vícios que certamente vão alem dos vícios de linguagem, e essa característica de sermos humanos e imperfeitos nos aproxima ainda mais. Se sou careta pras chamadas drogas ilícitas, sempre tive um orgulho que beira a ignorância. Orgulho que foi construído pela minha geração de jovens alcoólatras.

Há muitos anos brigo com uma sina quase genética de procurar a melhor companhia, entre meus mais cruéis inimigos. Buscar o isolamento nos dias tristes é como agarrar-se a uma ancora, para salvar-se do naufrágio. Buscar conforto em um bom copo de uísque é a mais patética das fugas. Aquela ilusão nítida e cristalina de liberdade, que na verdade só faz encolher nossa própria jaula. Dizem que a gravidade de um vicio esta na frequencia com que ele coloca em risco as atividades do cotidiano. Eu diria que tambem está na frequencia com que coloca em xeque o nosso carater.

Meus amigos e vícios são responsáveis por grande parte das boas lembranças que tenho na vida. Eles muitas vezes me fizeram ter coragem de dar um passo adiante, ou de recuar quando era o mais sensato. Meus amigos sempre estiveram comigo nos momentos em que eu mais precisei, mesmo que fosse dando a liberdade de escolher o isolamento. Meus amigos, pessoas comuns, que assim como eu tem tantos vícios e defeitos. Amigos que, de fato não sei se mereço.

Meus vícios sempre potencializaram o talento incrível que tenho pra foder com tudo. E se estou escrevendo crônicas hoje, é mais por sorte do que por ter feito boas escolhas.

Mas antes que eu repita isso mais uma vez, e consciente que algumas decisões só chegam tarde demais. Preciso fazer valer esse pouco de caráter que tenho. Apesar de não ter autoestima suficiente pra superar todos os meus defeitos e vícios, há uma encruzilhada vital a minha frente e preciso escolher um caminho. E todos levam a uma grande peleja.

4 comentários:

  1. Há poucos dias atrás dialogava com uma amiga de como de certa forma sempre nos identificamos em algum trecho ou em sua totalidade dos poemas, textos, livros, crônicas etc, que lemos.
    Errar é humano, mas reconhecer meus erros muitas vezes me parece sobre-humano.... Mas não há tesouro que pague o alívio de um pedido de desculpas aceito...
    Quanto às magoas sinceramente quando se ama alguém dificilmente você guardara magoas, por mais que seja lá o que for que lhe fizeram, mas talvez fiquem marcas ou “cicatrizes as quais sempre te lembraram e talvez façam com que você fique sempre com certo receio de ganhar uma nova cicatriz, e talvez por isso busque o isolamento talvez como um instinto humano que nos mande recuar quando não se pode combater ....
    “Nada se compara a um ombro amigo que te ampare e te de conforto e proteção quando as feridas sangram...”

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  2. certa vez eu fiz algo em uma festa que não deveria ter feito, mas a minha conciência alcoolizada não me mostrava que o q eu estava fazendo era errado, no outro dia nem queria aparecer no meu emprego. mas eu pensei que se foda quem me conhece sabe q eu não sou assim, e quem nunca fez uma cagada qndo estava bebado que atire a primeira pedra...

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  3. "...há uma encruzilhada vital a minha frente e preciso escolher um caminho. E todos levam a uma grande peleja" Todos nós temos nossa peleja, todos estamos em lutas intermináveis....Adorei teu texto!!!!

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  4. Temos que ser mais que nossos erros. Sempre.

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