sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Fétida Hipocrisia

Há algo que me incomoda profundamente, esse cheiro medonho de hipocrisia em todo canto...

Vejo tantas pessoas reclamando feito idiotas de coisas como a sujeira das ruas, o transito lento, a corrupção na política... Enfim, coisas do cotidiano disso que chamamos vida moderna. O fato é que na maioria dos casos, as mesmas pessoas que reclamam do lixo das ruas, não separam o lixo em casa. As mesmas pessoas que reclamam do transito, são as que não vão até a esquina se não for de carro. E as que gritam alto da corrupção nos gabinetes políticos, são as mesmas que adoram dar um jeitinho pra tudo e adoram tirar vantagem de qualquer situação. Hipocrisia medonha essa de criticar, esperando que a mudança caia do céu.

As pessoas falam de racismo, os negros não querem mais ser chamados de negros, querem ser Afro descendentes. Acreditam que a palavra, preto, negro e afro descendente muda a forma como são vistos pela sociedade. Ok... Mas ainda assim, nessa luta de igualdade, aceitam que as universidades determinem cotas para negros. Quase que cuspindo em suas caras que elas precisam de uma ajudinha extra pra entrar, porque não conseguem por conta própria. Os negros sofrem preconceito..? Sim, nas situações mais absurdas, sofrem preconceito histórico e em todas as camadas sociais. Mas estes mesmos negros, muitas vezes são homofônicos, alimentando assim o preconceito contra uma outra classe discriminada. Assim segue, com os judeus chorando eternamente o holocausto e barbarizando os palestinos, por exemplo.

Até esse momento do texto, muita gente (na esperança que muita gente leia), esta concordando com tudo sem vestir a carapuça.

Então vamos lá...

Depois de longas conversas com um casal amigo, conversas individuais e em grupo, percebi uma situação que me agradou muito. Esse jovem casal se ama muito, se respeita e busca a todo custo o crescimento. Individualmente, cada um procura se conhecer com o intuito de oferecer ao parceiro o melhor de si. Há reciprocidade nas atitudes e nas preocupações, mas principalmente, há reciprocidade nos ideais. Esse conhecimento que ambos tem sobre si, e um sobre o outro os blinda de um inimigo cruel de todo relacionamento; O ciúme...

Comento sobre esse casal justamente por ver o ciúme como o um dos pontos cruciais para a falência da tão almejada liberdade. Ser livre é desejo de todo mundo, mas ninguém é livre de verdade se compartilha a vida com alguém que o vê com olhos de posse, de propriedade. Carros tem donos, casas tem donos, celulares, e até cachorros. Pessoas não.!!!

Do meu ponto de vista, esse sentimento de posse que algumas pessoas alimentam umas com as outras, é de uma mediocridade tamanha, que coloca em xeque toda racionalidade humana. Pois como posso eu querer ser aceito como sou, com qualidades e defeitos, se não dou a liberdade de que as outras pessoas sejam o que elas quiserem...??? Como podemos então esperar em nossos relacionamentos pessoais, sermos respeitados, se não conseguimos respeitar a individualidade da pessoa que escolhemos pra conviver na nossa maior intimidade. E como a pessoa subjugada terá segurança em compartilhar de suas mais intimas idéias e sonhos se o companheiro(a) que escolheu, não tem a capacidade de respeitar o direito mais primitivo do ser humano, que é a liberdade.?

É estranho conceber isso com naturalidade, esse desejo que algumas pessoas tem de controlar, dominar e subjugar. Isso independe do caráter da relação, é algo orgânico. Normalmente as pessoas não compreendem o que quero dizer, com "todo homem nasce e morre sozinho". Isso nada tem haver com não se apegar a ninguém, ou não depender de ninguém durante algum período da vida. Nada tem haver com viver sozinho ou em grupo. Essa frase representa pra mim, a idéia que todo mundo é único, carregando por toda vida inúmeros defeitos e qualidades. Mas principalmente, carregando nas mãos as rédeas DA PROPRIA VIDA. Compartilhar é uma das coisas mais bonitas de qualquer relacionamento, mas não há reciprocidade sincera se a partilha for feita debaixo do açoite de posses, ou sob grilhões. Sejamos livres de verdade então, sem essa hipocrisia fedendo ovo podre, de gritar alto a liberdade enquanto carrega alguém pela coleira.

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